Wednesday, December 01, 2004

"In bove of I is many sky-beasts, big and grey. Slow is they move, as they is with no strong in they. May that they want for food, as I want a-like. One of they is that empty in he's belly now, he's head it is come off and float a-way, and he is run more quick a-hind, as wants to catch of it." - Alan Moore, The Voice of the Fire (Hob's Hog tale, 4000BC)



Pois eu, hoje, acordei assim. Com o pôr do sol. Cheio de fome, cheio de razão e com uma dor de cabeça decente, como (quase) toda a gente de boa vontade. Com a sensação de que apenas o cérebro primitivo está a funcionar. Da janela da cozinha admiro o céu de fim de tarde, enquanto tomo o pequeno almoço. Movem-se lentas, as nuvens, dir-se-ia que sem grande convicção. Afastam-se. Impossível adivinhar a que distância estão de mim. Uma nuvem tem sempre o mesmo aspecto, seja qual for a distância a que é vista. Enganadora, essa coerência, que nos obriga a imaginar tudo o resto. A ver o que queremos, cheios de razão, quando tudo o que lá está não é mais que uma nuvem...

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