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Pois eu, hoje, acordei assim. Com o pôr do sol. Cheio de fome, cheio de razão e com uma dor de cabeça decente, como (quase) toda a gente de boa vontade. Com a sensação de que apenas o cérebro primitivo está a funcionar. Da janela da cozinha admiro o céu de fim de tarde, enquanto tomo o pequeno almoço. Movem-se lentas, as nuvens, dir-se-ia que sem grande convicção. Afastam-se. Impossível adivinhar a que distância estão de mim. Uma nuvem tem sempre o mesmo aspecto, seja qual for a distância a que é vista. Enganadora, essa coerência, que nos obriga a imaginar tudo o resto. A ver o que queremos, cheios de razão, quando tudo o que lá está não é mais que uma nuvem...
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