Saturday, March 31, 2007
Ladenburg
"Olha, é o mesmo nome da minha rua: Ladenburger Strasse! Segues sempre o Neckar, passas o Jardim Zoológico, segues por um caminho que agora deve estar todo cheio de lama. Bom... às tantas tens de virar à direita para apanhar uma estrada de alcatrão, mas depois viras logo à esquerda outra vez para continuares a seguir o Neckar. Chama-se Ladenburg, não te esqueças. Vou amanhã para Munique, mas tu ficas com a bicicleta. Deixa-a aqui na rua quando te fores embora, podes pôr a chave do cadeado no correio... Depois quero ver fotos no blog!"
Só voltei para Heidelberg quando se acabou a memória da máquina fotográfica, S.!
Bom, bastante mais tarde, na verdade. Eu fiquei sem memória logo depois de ter filmado a Marktplatz...
Friday, March 30, 2007
"We germans are organized, ja? On second floor is nuclear physics, on first floor is nuclear biology. It is the nucleus building!"
[Kirchhoff-Institut für Physik, Heidelberg]
Vladimir Tychinsky inclina-se ainda mais para a frente, a mão esquerda colocada atrás da orelha, o ponteiro laser na outra. Não consegue ouvir quase pergunta nenhuma, é Joan que lhe explica o que se está a passar: "He's congratulating you on the sounds. The music of the cell!". Vladimir sorri. "Spaciba... Thank you!" e todo o auditório começa a bater com os nós dos dedos nos tampos das mesas. Vladimir inventou a técnica de coherent phase microscopy ainda eu não tinha nascido. Com ela constrói imagens de células medindo mudanças de fase na luz que as atravessa. Um dia descobriu que a refractividade das células dependia do seu estado metabólico, do que elas estavam a fazer naquela altura. "We found very interesting phenomena. When we stopped transcription, for example, we saw the spatial-temporal patterns of refractivity had changed!" Eram esses padrões que ele tinha codificado como sons, silvos agudos, oscilantes, a certa altura harmoniosos. As células de Vladimir falavam num idioma parecido com o dos golfinhos. Ele queria dialogar com elas. "If we listen carefully, we can tell if something is wrong with them." 'Diagnóstico em tempo real do estado funcional de células vivas', era este o título da sua comunicação. Com a mão esquerda atrás da orelha, Vladimir aguarda mais perguntas. E eu imagino-o assim mesmo, naquela mesma posição com os seus setenta e poucos anos, em frente a um computador no seu laboratório em Moscovo... a tentar perceber os que as células lhe dizem.
"No, they don't clap. They knock on the tables. First time I saw this, I thought 'ok, they didn't like my talk'. But it was really quite the opposite..."
[Kirchhoff-Institut für Physik, Heidelberg]
Vladimir Tychinsky inclina-se ainda mais para a frente, a mão esquerda colocada atrás da orelha, o ponteiro laser na outra. Não consegue ouvir quase pergunta nenhuma, é Joan que lhe explica o que se está a passar: "He's congratulating you on the sounds. The music of the cell!". Vladimir sorri. "Spaciba... Thank you!" e todo o auditório começa a bater com os nós dos dedos nos tampos das mesas. Vladimir inventou a técnica de coherent phase microscopy ainda eu não tinha nascido. Com ela constrói imagens de células medindo mudanças de fase na luz que as atravessa. Um dia descobriu que a refractividade das células dependia do seu estado metabólico, do que elas estavam a fazer naquela altura. "We found very interesting phenomena. When we stopped transcription, for example, we saw the spatial-temporal patterns of refractivity had changed!" Eram esses padrões que ele tinha codificado como sons, silvos agudos, oscilantes, a certa altura harmoniosos. As células de Vladimir falavam num idioma parecido com o dos golfinhos. Ele queria dialogar com elas. "If we listen carefully, we can tell if something is wrong with them." 'Diagnóstico em tempo real do estado funcional de células vivas', era este o título da sua comunicação. Com a mão esquerda atrás da orelha, Vladimir aguarda mais perguntas. E eu imagino-o assim mesmo, naquela mesma posição com os seus setenta e poucos anos, em frente a um computador no seu laboratório em Moscovo... a tentar perceber os que as células lhe dizem.
"No, they don't clap. They knock on the tables. First time I saw this, I thought 'ok, they didn't like my talk'. But it was really quite the opposite..."
Wednesday, March 28, 2007
Heidelberg
- Hallo! Willkommen. Stadtplan? Do you need a city map?
- Nein, danke.
- You know where you're going, ja?
- Oh ja. I've been here before...
Sunday, March 25, 2007
In the cold light of morning while everyone is yawning
[o nascer do dia na varanda do Lux, Santa Apolónia]
Saturday, March 24, 2007
Monday, March 12, 2007
Austin, Texas
Começa hoje a aventura na América, o diário online vai estar aqui. Queremos fotos, filmes, histórias, queremos saber tudo! Boa sorte!
Friday, March 09, 2007
Wednesday, March 07, 2007
These things take time
Aula Magna da Faculdade de Ciências. Já só falta a hora...
Sunday, March 04, 2007
Duas horas e meia, às vezes três horas, era quanto demorava uma viagem de Leiria a Lisboa na minha infância. Em marcha lenta, atrás de camiões, o equivalente a ir hoje até ao Algarve. Nada de autoestradas, claro. Havia apenas aquele caminho: a estrada nacional número 1. Parava-se sempre a meio para comer qualquer coisa, os restaurantes eram mais que muitos. Quando o progresso chegou, a nacional perdeu o 1 para a autoestrada, passou a chamar-se IC2. Muitos restaurantes fecharam, alguns pedregulhos caíram de pontes e viadutos para cima dos carros que estreavam o novo caminho, ligeiramente mais longo que o antigo porque desviava por Fátima. Por causa disso, ainda hoje há quem assegure que a viagem demora "quase o mesmo" feita pela A1 ou pelo IC2. Isto claro, cumprindo os limites de velocidade na primeira e circulando ao dobro da velocidade permitida na segunda. Não se pode ir muito depressa na antiga nacional. De Leiria a Rio Maior, o IC2 é uma localidade por si só, a rua principal de uma vila que se estende ao longo de dezenas de quilómetros. Os seus habitantes circulam em carros que entram descontroladamente na berma (vindos de uma estrada de terra) para sairem pouco depois do lado oposto, meia centena de metros à frente (para outra estrada de terra). Às vezes fazem o mesmo a pé. É preciso andar devagar. Até porque o IC2 tem muitos pontos turísticos (ou coisas simplesmente estranhas) a descobrir. Este é um deles. Presumo que seja uma peça de artilharia anti-aérea do tempo da guerra colonial, um elemento decorativo muito pouco usual numa oficina / loja de carros usados, ornamentada com a respectiva bandeira nacional Euro 2004. Um dia destes páro o carro e vou lá perguntar porquê...
localização no Google Earth
Subscribe to:
Posts (Atom)