Wednesday, July 06, 2005

"- People will think..." (Kane's first wife)
"- What I will tell them to think!" (Citizen Kane)

Estive sem televisão durante um mês, mais ou menos. Cheguei a casa um dia, liguei-a... e nada. Carreguei com mais força nos botões, bati com o comando na mesa, mudei as pilhas... e nada. Peguei então na chave de fendas e abri-a. Não porque achasse que a conseguia arranjar, mas porque sempre preferi o curto-circuito e o remover de algumas peças como meios de tortura mais eficazes do que o tradicional murro na parte de cima do aparelho. A táctica tem dado os seus frutos. Há computadores e micro-ondas que começam subitamente a funcionar, mal eu chego para os arranjar. Não foi o caso da minha televisão, infelizmente. Duas semanas depois lá meti o que restava dela na mala do carro e levei-a para o arranjo. Não vi por isso imagens nenhumas do aconteceu na Praia de Carcavelos. Do "arrastão" li a notícia no Público do dia seguinte e ouvi os relatos de quem tinha visto na TV. Os que tinham chegado de fora para o curso do IGC estavam assustados com as notícias da BBC, que a praia fica ali perto do Instituto. "So what happened here? Were there really five hundred criminals on the beach?"
Afinal... parece que não.



A história do arrastão que nunca existiu é dissecada no blog O céu sobre Lisboa, numa série de posts que merecem ser lidos (começa aqui). Há também um documentário de Diana Andriga, que mostra as imagens dos noticiários que não vi. Uma notícia falsa? Uma cobertura mediática "por arrastamento"? Manipulação de massas? Sim, sim, parece que sim. Nada de anormal, de resto, que nem esclarecimentos nem pedidos de desculpa houve. Eu pelo menos ainda não vi nada, agora que já tenho televisão outra vez...

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