
"Hallo! Hallo! Kommen sie hier, bitte!" Levantou-se de repente acenando o braço no ar, com um sorriso enorme e uma agilidade pouco habitual para a idade avançada que tinha. Dir-se-ia que me tinha reconhecido de qualquer lado. "Ich gehen zum Bahnoff", respondi eu em voz alta, e pouco mais conseguia dizer no meu alemão rudimentar. "Ja, ja! Kommen sie hier!". Fui. Era uma casa no meio da floresta, já perto da estação, com um pequeno jardim e uma cerca de madeira. Cumprimentou-me e levou a mão ao bolso. "Ich sprecht nicht deutsch", avisei, mas ele só sorria.
Estendeu-me um pacote de Wanner, umas wafers com creme de noz, fabricadas em Viena desde 1898. Recusei, ele voltou a insistir. "Für sie, kollege! Das ist für sie!". Agradeci, pegando finalmente nas Wanner. "Alles gut! Auf wiedersehen...", despediu-se e foi para dentro de casa, satisfeito por ter cumprido a sua missão. Não lhe perguntei há quantos anos ele estava ali à espera, com as Wanner dentro do bolso, de alguém que em tempos deve ter sido parecido comigo...
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