Nem cinco minutos passaram, depois de eu ter desligado o telemóvel, e já as sirenes se ouviam ao longe, cinco carros de bombeiros a caminho daqui. Foi tudo muito rápido, a lotação da rua não chegou a atingir as cinquenta pessoas. Algumas assistiam a tudo a ouvir o relato da bola ao mesmo tempo, o rádio encostado ao ouvido. Uma escada, a janela aberta, entram dois bombeiros com extintores e máscaras de oxigénio e acabou. Um curto circuito num computador que tinha pegado fogo ao que o rodeava, mas que não chegou a sair dali. Felizmente.
Volto para a televisão, o Fyssas empata o jogo e a televisão apaga-se. O rádio também. Os bombeiros tinham cortado a luz ao prédio todo. "Por uma questão de segurança, que o problema foi eléctrico e a água infiltra-se, sabe como é". Então e agora? "Agora tem de esperar pelo piquete da EDP". Desisti de esperar ao fim de vinte minutos. Mas consegui chegar ao café a tempo de ver o Simão marcar o segundo do Benfica. Quando voltei o piquete da EDP já lá tinha estado. Mas não fizeram nada porque "não se podiam responsabilizar pela reposição de electricidade no prédio", disse-me o vizinho. Ainda ninguém me conseguiu explicar o que ele quis dizer com isto. Se não é a EDP, então é quem? Acabou por ser o "MR. ELECTRIC, especialista em electricidade" quem apareceu três horas depois para resolver o assunto, equipado a rigor com a Camisola Alternativa Centenarium do Glorioso, visivelmente bem disposto e totalmente embriagado.
"Quer ajuda?"
"Nahh... não é preciso! Ainda ontem ia morrendo na base da Ota, um cabo que me caiu em cima, veja lá. Mas não se preocupe que eu hoje se morrer, morro feliz. É do Benfica também, não é?"

"Sou..."
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