Friday, June 29, 2007
O carro
Não se pode dizer que tenha sorte com os carros. Acontece-me de tudo, às vezes no espaço de poucos dias. Apesar de nunca ter provocado um acidente, já me bateram cerca de quinze vezes. Duas delas, as mais violentas, estando eu dentro do carro: um jovem embriagado que conduzia tanques na tropa e uma rapariga que julgava estar na segunda circular quando me abalroou no semáforo vermelho da Av. Lusíada. Dos outros embates tenho às vezes relatos... como o do camião do lixo descontrolado que me levou o espelho ou a carrinha amarela desgovernada que corrigiu a trajectória usando a traseira do meu carro. Outras vezes nem isso, resta-me apenas o cenário CSI: uma tinta preta, a amolgadela à altura do pára-choques de um todo-o-terreno, as marcas bem vincadas de um carro a fazer marcha-atrás enquanto arrastava o meu uns bons centímetros mais para a esquerda. E depois claro, há as lesões que o carro inventa para ele próprio quando passa mais de um mês sem ninguém me bater. Já fiquei sem embraiagem, sem direcção assistida, já andei com um extintor na mala quando o carro começou com sintomas de auto-combustão, já conduzi em plena Av. da República com fumo branco a sair do tubo de escape, ao estilo James Bond. Já não acho estranho. Foi por isso com alguma naturalidade que ontem cheguei ao carro estacionado no parque do Colombo, pousei o GPS ainda embrulhado na caixa no banco ao lado, rodei a chave na ignição e... nada. O motor permanecia mudo, as luzes do painel de instrumentos a piscar de forma descoordenada, o ponteiro dos quilómetros a tremer como se fosse um ataque epiléptico. Previsível. Imediatamente a seguir a ter comprado um GPS... fiquei sem carro. A bateria eclipsou-se, foi uma coisa que lhe deu. E assim continua, depois da reanimação do senhor do ACP lhe ter dado carga suficiente para chegar até ao Santa Maria. Continua ali fora, à espera de mais uma reanimação para fazer a viagem non-stop até Leiria. Tenho a sensação que vair correr bem...
Tuesday, June 26, 2007
These things take time
Reitoria da Universidade de Lisboa. À tarde. Finalmente.
Thursday, June 07, 2007
At dinner...
“- Listen, Jose... we shipped the whole microscope system from the UK, right? The whole thing, with the lasers, the optics… all packed in crates. Well, we lost track of it after a day or two. I mean, it disappeared completely! It was nowhere to be found. Then, a week later, these crates start appearing in Crete. They had all followed different paths, you see? Some parts went through Italy, others crossed Hungary, Romania, it was chaos…
- Did you manage to assemble it?
- Oh yes. It was working nicely. The lasers aligned and all. D. and C. even tested it with some cells they transfected in the hotel room…
- In the hotel room??
- Yep. In the bathtub, with hot water running...
- Did you manage to assemble it?
- Oh yes. It was working nicely. The lasers aligned and all. D. and C. even tested it with some cells they transfected in the hotel room…
- In the hotel room??
- Yep. In the bathtub, with hot water running...
Wednesday, June 06, 2007
Segovia
“¿Internet? Non caballero, no hay internet en las habitaciones del hotel. Es que la Comunidad de Segovia no lo permite. Usted tiene algunas tiendas en la ciudad, tras el acueducto, pero hay que evitar los moros. Si, moros. Los árabes. Es que ellos tienen ordenadores pero van a clavar a usted, ¿comprende? ¡No hable con los moros!”
Olho pela janela do quarto, para lá do aqueduto, e não é difícil imaginar os mouros naquelas ruas medievais estreitas, vestidos de branco, turbantes na cabeça, os portáteis escondidos debaixo das túnicas. À espera que acabem de passar os guardas a cavalo para logo continuarem os seus pregões, por entre galinhas e porcos à solta e o cheiro nauseabundo das latrinas despejadas das janelas: “Al-web! Internet u akhbar!” Pode ser que haja net no local da conferência…
Monday, June 04, 2007
Vantagens de continuar um bocado afónico três semanas depois...
"- Já lá vem o comboio. Já lá vem. Uhm? Vem lá. Há vai e vem e há este que vem. É diferente. Tá a perceber? Uma coisa é vem, outra coisa é vem. Este já lá vem. É diferente. Vem... e vem. Já lá vem. Não é o outro vem, é vem. Uhm? Vem de vir. Tou a falar consigo, tá a ouvir ou não?
- Estou sem voz. (quase inaudível)
- Ah. Sim sim. (agora para a mulher que estava ao meu lado) Já lá vem o comboio. Vem lá. Não é vai e vem. Uma coisa é vem, não tem nada a ver com vem. Estou a falar consigo, ouça lá..."
[senhor idoso de boné NYPD na cabeça, estação de metro do Campo Grande]
- Estou sem voz. (quase inaudível)
- Ah. Sim sim. (agora para a mulher que estava ao meu lado) Já lá vem o comboio. Vem lá. Não é vai e vem. Uma coisa é vem, não tem nada a ver com vem. Estou a falar consigo, ouça lá..."
[senhor idoso de boné NYPD na cabeça, estação de metro do Campo Grande]
Friday, June 01, 2007
Subscribe to:
Posts (Atom)