Bom Ano!
Saturday, December 30, 2006
Monday, December 25, 2006
Little Drummer Boy
Come they told me, pa rum pum pum pum
A new born King to see, pa rum pum pum pum
Our finest gifts we bring, pa rum pum pum pum
To lay before the King, pa rum pum pum pum,
rum pum pum pum, rum pum pum pum
[played by David Fonseca x 10]
Tuesday, December 19, 2006
The 19/12 Commission Report
"Chegado ao local, pelas 22h05, verifiquei que já aí se encontravam 3 veículos policiais e 3 veículos do R.S.B., cujas tripulações, procediam à sinalização e orientação do trânsito e limpeza do pavimento, respectivamente. Os condutores dos veículos nºs 1 e 2 e, ainda passageira deste último, já haviam sido conduzidas ao Hospital de Santa Maria, onde deram entrada sob os processos nºs (...), respectivamente. Os veículos estavam parados, na posição em que se imobilizaram após os embates. O nº 1 estava no início do acesso que liga o Eixo Norte / Sul, capotado, com o tejadilho apoiado no pavimento, com a frente voltada a Norte, ostentando danos materiais por todo, com maior incidência na frente. O nº 2 estava posicionado, na via de trânsito da esquerda, da Avenida Lusíada, em posição transversal, com a frente voltada a Norte, no qual eram visíveis danos materiais na lateral direita mais sobre a retaguarda e, ambas as rodas traseiras. Junto a este veículo e para a retaguarda era visível uma mancha de combustível, dele proveniente e, 5.50 metros de rastos de derrapagem, efectuada pelo pneumático da retaguarda do lado direito. (...) No ilhéu direccional existente no referido acesso encontrava-se caído, por ter sido arrancado, o sinal luminoso que aí se encontrava colocado."
[relatório de acidente de viação a 19/12/2005 - PSP Lisboa - 3ª S.A./DT]
Foi há um ano atrás. A esta hora, mais coisa menos coisa, travava eu a fundo o veículo nº 2 que "devido ao embate sofrido foi projectado para a frente e rodopiou sobre si próprio". Atrás de mim, um carro em "marcha desgovernada alterou de imediato a trajectória para a direita, subiu o ilhéu direccional, derrubando o sinal luminoso, embateu com a frente no veículo nº 3, capotou e finalmente imobilizou-se". Parados no semáforo, tínhamos acabado de decidir ir ao cinema ver o King Kong. Queríamos acção e efeitos especiais...
Um ano depois, recebo de Itália esta mensagem da "passageira do veículo nº 2":
Do you know what happened? Someone else hit my car again... I was at the traffic light. Strange coincidence, it was one year ago!
Forse siamo invisibili, M.?
Saturday, December 16, 2006
A loja de café
"Então este fim de semana vai lá acima à terra?" Vou pois, que o café não é para mim. Levo-o num saco de papel, ainda em grão. Um quilo, que a balança antiga do sr. Salvador assegura ter mais cem gramas que o devido. Afinal de contas, já sou um cliente da casa. "Boas tardes! Então ainda não vieram buscar os sacos com as nozes?", mete conversa uma velhinha que entra sem eu dar conta, de chapéu na cabeça e carrinho de mercearia atrás. "Oh, ainda aqui estão e vão estar muito tempo!" responde-lhe outro cliente ainda mais velho que ela, sentado em cima de um dos sacos. Mais do que uma casa de chás e cafés, a loja do sr. Salvador é um local de encontro, um refúgio dos tempos modernos que invadiram a Lisboa destas pessoas. Dentro daquele espaço que cheira a anis, café, ervas aromáticas e bolachas em pacote o tempo parou, não acompanhou o que se passou lá fora na rua. Os preços estão todos escritos à mão, o nome da loja desenhado a giz num quadro. Cada cliente é atendido no tempo que dura a conversa, um de cada vez. Um mundo que já não existe. "Olhe, isto hoje está complicado é para os jovens!" atira-me de rompante a velhinha. "Estão tramados vocês, que as raparigas hoje não são o que eram no meu tempo!" Encolhe os ombros o sr. Salvador, abanando a cabeça ao mesmo tempo "não lhe ligue, não lhe ligue...". A resposta não tarda: "Ó senhor Salvador, olhe que já enterrei seis maridos!" Seis, faz-me ela sinal com os dedos, a mão esquerda aberta, o indicador esticado sem deixar de agarrar a bengala "...e você ainda vai ser o sétimo!" O que está sentado em cima das nozes ri-se, diz-me que sim com a cabeça, que é tudo verdade. Entra a correr uma rapariga, nota-se que não é de cá, pergunta com um sotaque francês se há multibanco. Ficam todos a olhar para ela, de onde virá a criatura, que quererá ela? Multibanco? Sou eu quem responde que "não, aqui não há multibanco". Vai-se embora, o sr. Salvador ainda fica a olhar desconfiado para a porta. "Isto o tempo está bom é para plantar favas!", recomeça o das nozes...
Subscribe to:
Posts (Atom)