Thursday, February 23, 2006

a EMEL

Estacionei o carro mesmo em frente ao prédio, de vez em quando vou lá espreitá-lo. O ideal seria apanhar um dos fiscais da EMEL, mas se ele tiver a sorte de escapar, faço o mesmo à senhora que me atendeu hoje na rua dos Douradores e que me disse que eu já não era residente outra vez. "É a lei, isto agora é um novo processo." Já não me conhecem, na EMEL. O residente é o carro antigo, o que está numa sucata à beira do IC2, não eu... Eu tenho de provar outra vez que sou o mesmo, que vivo no mesmo sítio e que só o carro mudou. Nunca aparece um fiscal da EMEL quando é preciso. Aguardava que ele tirasse o caderno do bolso daquele uniforme verde ridículo e ia ter com ele. Depois pedia-lhe que se identificasse. Coisa pouca, apenas queria ver o cartão de trabalhador da EMEL, uma declaração do IRS a comprovar que ele de facto ainda trabalha para quem diz, uma cópia do contrato de trabalho e já agora, uma versão actualizada do regulamento geral das zonas de estacionamento de duração limitada, para ver se a minha rua está de facto lá. Estou-me a esquecer de qualquer coisa, ainda assim. Felizmente deram-me uma lista. Cá está. Cartão de eleitor, é isso. Em alternativa ele também podia ir à junta de freguesia buscar um papelinho que depois tem de ser carimbado por dois comerciantes que o conheçam. "Lembra-se de mim? Costumo vir cá de vez em quando comprar o jornal, ando sempre com este uniforme verde ridículo... não está a ver?" Não sei qual dos arrumadores aqui da zona se tem dado ao trabalho de rebentar com os parquímetros, mas tem toda a minha solidariedade. E uma chave de fendas, se por acaso precisar...

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