"Eu não compreendo como se possa não ser do Benfica. Não entendo isso racionalmente!"
[António Lobo Antunes, na TSF]
Bebia eu a minha Warsteiner a cerca de onze mil metros de altitude quando, lá em baixo, a pouco menos de mil quilómetros de distância, o Beto pontapeava a atmosfera, oferecendo assim a bola de ressalto ao Eto'o que fez com ela o que toda a gente viu, menos eu. Não vai ser fácil para mim perceber o que aconteceu ao meu clube este ano. Estava na Suécia quando se atrasou no campeonato e foi goleado pela União de Leiria, dizem-me que por 3-1. Estava agora no voo 4544 da Lufthansa, quando foi eliminado da Champions. Não percebo. Nos jogos que vi, o Benfica ia claramente ganhar o campeonato e chegar à final da Champions. Já vi as imagens na televisão, claro (do Leiria não cheguei a ver, para mim esse jogo é um rumor). Mas não é a mesma coisa. As imagens em diferido não me convencem de nada, não vivi o jogo. Entretido a ler o Welt Kompakt, ou melhor, à procura do resultado dos jogos da Champions do dia anterior no meio do Welt Kompakt, nem suspeito que o Simão falha só com Valdés pela frente. Uma pequena turbulência ao sobrevoar Espanha, apenas isso, mas sabia lá eu que era obra do pontapé do Beto. Ao aterrar espreitei pela janela e desconfiei logo que a coisa não tinha corrido bem. Não havia foguetes guardados para a época de fogos a rebentar, não havia carros com bandeiras vermelhas na segunda circular, nada... Já em terra, um telefonema para casa desfez o equívoco. O meu e o da senhora portuguesa que viajava ao meu lado (e que começou a bater palmas mal o avião tocou o chão), julgando o tempo todo que eu era alemão. "Ai é português? Ohhh... podíamos ter conversado durante a viagem!" Às vezes somos poupados a certos sofrimentos...
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