Friday, September 29, 2006

The city that never sleeps



New York tem pouco mais de 9 milhões de habitantes. Falam-se cerca de 80 idiomas diferentes, o espanhol é a língua de quem trabalha nos supermercados, nos restaurantes, de quem anda a varrer as ruas à noite. O inglês parece ser apenas uma língua em que todos se conseguem entender. Todos são mesmo todos. O planeta inteiro vive em Nova Iorque, sentado nas escadas de um restaurante em Chinatown a comer arroz, ao volante de um táxi com um turbante, a vender relógios e máquinas fotográficas quando não é Sabbath. Atravessar Times Square é dar a volta ao mundo, rodeado de neons que são obrigatórios por lei. Qualquer um pode ser nova-iorquino. É como se todos o fôssemos. Na 6th avenue queriam entregar-me um boletim de voto para as eleições primárias dos Democratas. "I'm not american" disse eu. "I do not vote here" tive de repetir. Todos estão ali com o mesmo objectivo. "If you can make it here, you can make it anywhere". Não é uma selva. Se calhar é a percepção do individualismo que leva as pessoas a serem mais prestáveis, mais humanas aqui do que em qualquer outro lado. "How you doin' chief?" perguntavam-me no metro. "96th street over there, 95th street down here" indicavam-me sem eu ter pedido, apenas porque parei a olhar para um lado e para o outro quando saí do metro. É difícil sentirmo-nos estranhos. Ao início fazia-me impressão o cheiro, muito intenso. A açúcar, principalmente. Depois habituei-me. A cidade é uma feira enorme, nunca dorme. E não se pode propriamente dizer que se estava à espera do que aparece em cada esquina. O mundo inteiro, ali concentrado...
"Your first time here? What took you so long? Welcome to New York, chief!"

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