Saturday, September 30, 2006

White light means go!


O semáforo para os peões tem um homenzinho branco e uma mão vermelha. Atravessava a quinta avenida, como estava calminho e não havia muita gente resolvi filmar um bocado. Parei porque me pareceu ver um prédio torto ao fundo, do lado esquerdo da avenida. Depois tive de correr porque o homenzinho branco desapareceu e os taxis aqui são muito maiores.

Pay the workers!


Manifestação de trabalhadores com salários em atraso, perto do Lincoln Center. Cantavam e dançavam atrás das barreiras da polícia, algumas pessoas que passavam juntavam-se a eles. Fiquei sem bateria na máquina para gravar mais do que isto, é pena. Ficou tudo muito mais animado logo a seguir...

Central Park


Início de tarde em Central Park. O cãozito que aparece à minha direita, a cheirar e a esgravatar a relva, é o Bernie. Criatura simpática, queria-me oferecer um pau que o dono atirou para ele ir buscar. Ou então era um bocado míope. Os violinos é que não tocaram mais, que eu cheguei já no final.

Friday, September 29, 2006

"This terminal is on alert level 2"



Por todo o lado se vêem anúncios à polícia de Nova Iorque. "Join New York's finest. It's more than a job. It's a front row ticket to the best show on Earth!" A minha mochila nunca entrou nas maiores lojas sem passar por um detector. No MoMA tive mesmo de andar com o portátil na mão. Não podia entrar com a mochila, mas também não podia lá deixar o computador. No terminal do Staten Island Ferry o nível de alerta 2 avisa que podemos ser revistados a qualquer momento. Qualquer recusa implica imediata expulsão da zona. No metro os polícias vêem ter connosco, sempre simpáticos: "How ya doin' today, sir?". Procuram olhares nervosos, olham para o que faço com as mãos. Na 7th Avenue aparecem dezenas de carros de repente, as sirenes ligadas, o trânsito fica cortado, toda a gente continua a sua vida. Não se passa nada, é só uma demonstração de que estão ali. Preparados. Nova Iorque está vacinada, o sistema imunitário em alerta constante, por todo o lado se vêem os seus anticorpos. "Can I help you sir? Do you have any ID?" perguntam a um turista indiano, ou paquistanês, que consultava o seu mapa perto das Nações Unidas. Eu não devo claramente ter um ar suspeito. "Good morning sir. Do you work here?" Se calhar até tinha conseguido entrar...

The city that never sleeps



New York tem pouco mais de 9 milhões de habitantes. Falam-se cerca de 80 idiomas diferentes, o espanhol é a língua de quem trabalha nos supermercados, nos restaurantes, de quem anda a varrer as ruas à noite. O inglês parece ser apenas uma língua em que todos se conseguem entender. Todos são mesmo todos. O planeta inteiro vive em Nova Iorque, sentado nas escadas de um restaurante em Chinatown a comer arroz, ao volante de um táxi com um turbante, a vender relógios e máquinas fotográficas quando não é Sabbath. Atravessar Times Square é dar a volta ao mundo, rodeado de neons que são obrigatórios por lei. Qualquer um pode ser nova-iorquino. É como se todos o fôssemos. Na 6th avenue queriam entregar-me um boletim de voto para as eleições primárias dos Democratas. "I'm not american" disse eu. "I do not vote here" tive de repetir. Todos estão ali com o mesmo objectivo. "If you can make it here, you can make it anywhere". Não é uma selva. Se calhar é a percepção do individualismo que leva as pessoas a serem mais prestáveis, mais humanas aqui do que em qualquer outro lado. "How you doin' chief?" perguntavam-me no metro. "96th street over there, 95th street down here" indicavam-me sem eu ter pedido, apenas porque parei a olhar para um lado e para o outro quando saí do metro. É difícil sentirmo-nos estranhos. Ao início fazia-me impressão o cheiro, muito intenso. A açúcar, principalmente. Depois habituei-me. A cidade é uma feira enorme, nunca dorme. E não se pode propriamente dizer que se estava à espera do que aparece em cada esquina. O mundo inteiro, ali concentrado...
"Your first time here? What took you so long? Welcome to New York, chief!"

Thursday, September 28, 2006

You can see it everywhere you look...


@MoMA

Mannahatta


"A ilha". Comprada aos índios Lenape em 6 de Maio de 1626, por 24$ de quinquilharias. Era um sítio "cheio de mosquitos e muito rochoso", uma "propriedade de pouco valor". Os índios, de resto, não pareciam entender o conceito de propriedade. Foi preciso construir um muro, na rua que hoje se chama Wall Street, para os manter afastados...

Tuesday, September 26, 2006

A bola

"- Hey! Did you see the game? What was the score?
(quatro ingleses sentados a comer big Mac's, três deles com camisolas do Manchester)
- Man United won! One nill, mate!
- Oh... Ok, thanks. I'm a Benfica supporter.
- You are? Well, sorry mate...
- It's ok, we beat you guys last time.
- No you didn't. We won the home game!
- I know, and we won our home game.
- Yeah, only Liverpool couldn't win you guys. Right Paul?
(O Paul era o único que não tinha a camisola do Manchester)
- Come on Paul! What was the score with Benfica?
(começam os três a rir-se.)
- Benfica's my second team, man! Second next to Man U! Benfica, Benfica, Benficaaaaa!
(o Paul levanta-se e vem-me cumprimentar)
- Cheers mate. You deserved it last year. Congratulations.

[no McDonald's de Times Square]

No more soup for you!


Soup Kitchen International (259-A West 55th Street)
(the original Soup Nazi, available "for sale or lease until December of 2019")

Monday, September 25, 2006

Ground zero



"I was here for 5 days. We stayed in St. Paul's Chapel, over there. We were helping the rescue workers, supporting them, giving them food, and new boots. Cause the boots would melt from all the heat, you know? The pile of rubble was 12 stories high, and it was like matches all piled up, ready to ignite, or break. The fire under that pile burned for days and days. What I will never forget is the smell of it. I mean, it was really a stench! Cause there were corpses there, all that people that died, you know? It was really bad..."
- F., 70 e poucos anos, no seu primeiro regresso ao ground zero, cinco anos e uma semana depois de lá ter estado pela última vez

Sunday, September 24, 2006

Rinoblog's Overheard in NY (C)

Guy in a uniform checking tickets: "See there, you girls can wear stuff like that anytime..."
Girl sitting in the train: "What, these? Man can wear it too..."
Guy in a uniform checking tickets: "Naa... no way. It would be like... it would be like a guy wearin' a pink shirt, you know what I mean?"
Girl sitting in the train: "But I like a guy in a pink shirt..."
Guy in a uniform checking tickets: "Well, yeah... I mean, not that there's anything wrong about it, right? Ma friend Tony, fer instance. Tony could wear a pink shirt if he felt like it. Than a guy walking by would say somethin' to him, like... you know? Man, this guy could even have two or three friends walking with him... Ma friend Tony would take this guy on the floor, together with his two or three buddies, I mean like in no time! Cos Tony can wear whatever he likes, see?"

AirTrain: Newark Liberty Airport -> NY Penn Station

Onboard

Interromperam eles o meu zapping entre os X-Men 3, o Código da Vinci e o mapa com a localização do avião, temperatura exterior e velocidade no solo para anunciar isto:
"Ladies and gentlemen, we would like to inform you that we will start our onboard sales in a few minutes. Please check the onboard British Airways catalog for more information on the available products..."
Até aqui tudo normal...
"We would like to remind you that, due to security reasons, any liquid product you buy, such as perfums, cosmetics or beverages will be destroyed upon arrival at the US, as no such products are allowed in american soil coming from abroad".
O carrinho com os perfumes passou à mesma, claro. Na BA as regras são para levar a sério...